Jornal do CRC, Mídia, Resumo Gestão CRC, Resumo Gestão CRC - 2004

Sonho antigo, o Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro acaba de adquirir, em leilão, o prédio e loja de nº 31/33 da Rua Primeiro de Março no Centro da cidade, para onde será transferida a sua sede, em data ainda a ser definida. O Jornal Tribuna do Contabilista conversou com o Presidente do CRC-RJ, Nelson Rocha, que falou sobre o processo de aquisição e as novas expectativas.

TC: Desde quando existe o ideal de aquisição de um prédio para a nova sede do Conselho?
Nelson Rocha: Na realidade, o propósito de se adquirir uma sede própria existe desde o início do próprio Conselho de Contabilidade, lá na sua criação, em 1946. É claro que isso veio se aprimorando e, ao longo desse tempo, foram feitas algumas aquisições. Hoje temos esses três andares, aqui na Praça Pio X, que foram comprados aos poucos e se adequando às necessidades. Mas eu diria que pelo menos há umas três décadas existe esse objetivo. Isso se acentuou a partir da década de 90, sobretudo quando o Conselho Federal de Contabilidade se transferiu para Brasília. Na época, o então presidente do Conselho Federal, Ivan Carlos Gatti, projetou a construção de uma sede própria do Conselho lá, onde foi comprado um terreno para a construção. Logo se pensou também que seria importante para o Conselho do Rio ter um edifício que o representasse e que fosse todo da categoria e não andares em algum edifício.

TC: O que foi necessário para transformar esse ideal em realidade?
Nelson Rocha: Obviamente, existiram dificuldades de ordem financeira e para encontrar o imóvel com as características necessárias. É claro que desde o início da minha gestão, em 2002, um dos propósitos era esse. Não por querer deixar registrada uma “marca”, mas sobretudo porque pude perceber o desejo dos profissionais do Rio de Janeiro, de que tivesse um local pelo qual eles pudessem se orgulhar de ser a sede. As nossas instalações, ainda que atendessem às necessidades, não poderiam ser comparadas a um edifício completo, que marcasse a representação da categoria. Enfim, essa percepção me levou a acreditar que era possível realizar esse sonho, à medida que nós dedicássemos todos os esforços para que isso ocorresse. Nós não medimos esforços nesse sentido, mesmo porque, o feito mais importante que eu deixo para a categoria é justamente o fato de a gente ter tido a possibilidade de dar maior visibilidade à classe.
Quando se está dentro de andares, não se tem exposição. Em um prédio, com a marca do Conselho, mostra-se a categoria para sociedade, para os empresários; mostra força e representatividade. A pujança desse prédio demonstra tudo isso, ou seja, não é uma categoria pequena, mas sim, coesa e com poder de conquistar espaços.

TC: Existiu algum critério para a escolha do local?
Nelson Rocha: Buscamos um prédio que estivesse no Centro do Rio de Janeiro, por uma razão lógica. Dos 44 mil profissionais que temos no Estado, 15 mil estão no Centro do Rio. Então, sem dúvida nenhuma, necessitava que fosse aqui. Além da questão de se ter assim uma maior exposição.

TC: Como transcorreu o leilão?
Nelson Rocha: Existe todo um trâmite legal, burocrático que foi seguido à risca. O Banco Bradesco, que era o proprietário, tem regras próprias de leilão. Tenho que confessar que fomos para a disputa um tanto apreensivos, pois, por sermos uma autarquia, temos algumas limitações. Não seria fácil se deparar com algum grupo privado que pudesse participar e manter um mesmo nível de competitividade. Conseguimos ao final fazer a única proposta. Compramos pelo lance mínimo, o que foi muito bom, nos possibilitando economizar recursos, além de ter sido um processo transparente.

TC: Qual a previsão de data para a mudança da sede?
Nelson Rocha: O prédio estava ocupado até março de 2004. Não existem muitas coisas a serem feitas, mas existem algumas adaptações naturais às necessidades do Conselho e temos que fazê-las. Nossa pretensão é que consigamos mudar até o final do ano, para que já iniciemos o ano de 2005 no novo endereço.

TC: Como você relaciona essa conquista às ações da sua gestão até aqui?
Nelson Rocha: Passamos a estabelecer relações com as associações comerciais, com a Fecomércio-RJ, com a Federação de Agricultura, com a Firjan, as quais nos fizeram parar de falar apenas de contabilistas para contabilistas. Começamos a falar para os empresários. Um exemplo disso é o Certificado Empresa Cidadã, que avalia a questão do balanço social e que estabelece uma parceria entre o Conselho, a Fecomercio e a Firjan. Passamos a ter uma relação com a própria sociedade. Os postos que ocupamos nos conselhos de contribuintes por exemplo, no do Estado, do município, e a participação do contabilista no que diz respeito a sua atuação direta, de como ele avalia e analisa e pode contribuir para a análise dos processos tributários dentro desses conselhos. A participação também no acompanhamento, divulgação e disseminação dos próprios conceitos da contabilidade pública; o encaminhamento que damos, à medida que fazemos palestras de alguma forma, para a sociedade em geral, sobretudo sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que temos que estar acompanhando, bem como o orçamento público. Enfim, todas essas ações, de alguma forma, marcam uma ação que coloca o contabilista não de uma forma introspectiva, mas sim, exteriorizada, de como nós podemos mudar essa imagem a partir de uma atitude pró-ativa. Um fator muito importante é a Educação Continuada, pois não adianta querermos apenas ter uma imagem, é preciso haver uma preparação, que foi iniciada há alguns anos, para que com a exteriorização que buscamos continuamente, o profissional esteja preparado para assumir esse papel. É preciso se ter profissionais competentes para que ao surgirem as demandas, eles estejam preparados para isso. Isso se consolida e acaba confluindo para própria aquisição do prédio, pois hoje, tudo isso que foi feito, agora, pode ter uma representatividade física, tangível, materializada.

TC: O que o profissional pode esperar com a transferência da sede para o novo endereço?
Nelson Rocha: Acho que a grande mudança é a elevação da auto-estima do profissional, ao perceber que um prédio da pujança do nosso dá uma dimensão mais efetiva do tamanho e importância da nossa categoria; do respeito que nós, profissionais, precisamos ter por sermos grandes não apenas em número mas pela contribuição importante que damos ao crescimento desse país. Acho que os contabilistas vão ganhar bastante não só por conta disso, mas poderemos aumentar o número de salas de aulas; dispor de um auditório mais amplo; teremos o museu da contabilidade, para que possamos resgatar e manter a nossa história; ampliar as instalações da biblioteca, para que o profissional possa consultar e se atualizar mais. Além da localização que é privilegiadíssima para a grande maioria, com acesso à zona sul; norte; Niterói. Enfim, acho que é uma grande conquista, não de uma gestão, mas uma conquista dos contabilistas do Estado do Rio de Janeiro.

O que você achou ? Comente ....