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Oswaldo Aranha deve estar se revirando no túmulo sabendo das trapalhadas diplomáticas brasileiras, desde que o governo Temer assumiu.

Ele, o próprio presidente, conseguiu, na sua viagem à Noruega na semana passada, ser chamado à atenção em público e ao mesmo tempo cometer duas gafes. Começou com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, que registrou sua preocupação com a Lava Jato e afirmou que a ajuda que a Noruega dá ao Fundo de Preservação da Amazônia vai cair pela metade neste ano por causa do desmatamento. Depois, Temer falou parlamento brasileiro – era norueguês – e disse que iria se reunir com o rei da Suécia – era Noruega, por óbvio!

Estes acontecimentos se somam a outros constrangimentos pelos quais o país tem passado no cenário internacional através de seus representantes.

Um vídeo da última Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 20 de junho, viralizou nas redes sociais depois que o representante do Brasil argumentou sobre a democracia violada na Venezuela de Nicolás Maduro. Imediatamente, o representante venezuelano respondeu com veemência, dizendo que não era para levar a sério a opinião de um governo fruto de golpe de estado, que nunca foi eleito e está mergulhado em corrupção.

Os problemas não param por aí e preocupam os exportadores brasileiros, com consequências sobre a economia do país. Os Estados Unidos suspenderam a importação de carne bovina fresca por conta de resultados negativos em testes de qualidade. Associe-se a este acontecimento a operação da Polícia Federal, Carne Fraca, recentemente, que criou rebuliço no mercado e prejudicou os produtores de carne que hoje amargam o rebanho bovino no campo.

Só isso já seria suficiente para o grande chanceler Oswaldo Aranha estar tonto de tanto se virar no túmulo. Logo ele, que foi o responsável pelo Brasil sempre fazer o discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU, após discursar, em 1947, como chefe da delegação brasileira.

Independentemente da posição de cada governo sobre a política de comércio exterior, a decisão adotada pelo atual governo de uma política de bilateralidade, em particular voltada ao mercado americano, se mostrou equivocada e ineficaz. Primeiro, por conta da eleição de Donald protecionista Trump e, segundo, pela autoproteção dos criadores de carne americanos.

Eu acredito na política de multilateralidade a fim de evitar dependência e por estabelecer novas relações e novas forças geopolíticas, como a do BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), que passou a ser contraponto à União Europeia e aos Estados Unidos, colocando o Brasil como protagonista mundial como deve ser.

Essas trapalhadas diplomáticas custam caro ao país, pois prejudicam o comércio exterior e, consequentemente, a economia, acarretando reflexos amplos e variados, somando-se ao cenário difícil que já temos.

Salve-nos Oswaldo Aranha!

Showing 6 comments
  • Gadelha
    Responder

    Muito bom

    • Nelson Rocha
      Responder

      Valeu Gadelha !!!

      Reativei meu site e estou escrevendo um artigo por semana.

      Forte Abraço

  • Marcos Diaz
    Responder

    Análise cirúrgica, direto ao ponto. Parabéns.

  • Adalberto Garcia Junior
    Responder

    Realmente, RIDÍCULO.
    Recebido na Rússia por um subalterno, funcionário de carreira da chancelaria local e na Noruega, recebido no aeroporto pelo comandante da base aérea de Oslo, equivalente a um Coronel da Aeronáutica.
    Nem um oficial-general tampouco um ministro se dignaram a receber o Temer.
    RIDÍCULO esse golpista.
    FORA TEMER!

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